Estar na Umbanda não é missão para qualquer um. A caridade é um caminho espinhoso que pode trazer grandiosos desafios, mas também inúmeras alegrias.
Aprendi, com Exu Marabô, que todo ser humano é um jarro. Alguns estão vazios, tristes, secos e outros cheios repletos. Mas quantos de nós tem dentro de si algo que se assemelhe a água cristalina e a capacidade de jorrar essa água sem se esvaziar?
É fácil imaginar e, portanto, compreender as dificuldades de ser um jarro seco. A ideia de barro rachado e aquelas teias de aranhas logo se associam a depressão, solidão, tristeza e uma quantidade de emoções que não são capazes de nos preencher. Mas e o jarro cheio?
Vivemos tempos de jarros transbordando até que finalmente se esvaziam. Mas quase nunca é água cristalina.
Quantos de nós somos jarros cheios de stress, medos, ganancias, incompreensões e tantos outros sentimentos, problemas, dores, que em nada irão somar as nossas vidas ou daqueles que acabam compartilhando conosco esse conteúdo? E esse conteúdo tóxico nos faz querer esvaziar, jogar para fora tudo isso sem perceber que o vazio também é ruim.
A Umbanda não nos protege de nossas escolhas e nem das dificuldades do dia a dia, mas alimenta e direciona nossa fé. Por sua vez, é essa confiança nos Orixás e Mentores que gera um tipo de água cristalina capaz de limpar os excessos que a ansiedade e o medo impregnam nos desafios da vida tornando-os ainda maiores.
Não importa o que existe dentro do jarro, se a água cristalina estiver em constante movimento, ou seja, se a fé estiver em constante movimento, tudo estará limpo e você transbordará essa água, você transbordará fé.
Ser Umbandista não é viver de pequenas mensagens e nem mesmo falar de caridade ou comparecer no terreiro as sextas-feiras para receber a entidade que for. Ser umbandista é viver a fé e a transbordar todos os dias essa vivência.
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