Após a visita de Oxalá, eis que surge a senhora do ekolide
Oxalá em uma de suas caminhadas pelo mundo, passaria na aldeia de Oxum para repousar. Ela, assim que soube da notícia através do mensageiro dos Orixás, Exú, começou uma série de preparativos para receber o "grande Orixá que veste branco".
Começara a organizar uma festa! Elegante e caprichosa, preocupou-se em cuidar pessoalmente de todos os detalhes para oferecer o melhor para seu prestigiado convivado. Ordenou a limpeza de todas as casas e lugares públicos, e orientou que todos os enfeites usados fossem brancos. Cuidou propriamente da arrumaçao de seu palácio pois queria garantir que tudo estivesse perfeito!
Em meio à tanta preocupação, esqueceu-se de convidar as feiticeiras para o grande evento, e essas, ofendidas, não a perdoaram. Resolveram, então, desmoraliza-la perante os convidados colocando sem que ningém percebesse no dia da festa um preparado mágico no assento de Oxum.
Oxalá chegou e foi recebido com reverência na cidade impecavelmente limpa e belamente ornamentada.
Oxum o esparava impaciente no palácio, sentada em seu trono, que tinha planos de lhe oferecer; porém, ao se levantar, percebeu que estava presa e feriu-se ao empreender grande esforço para ficar de pé, e, assim, sujou suas vestes e o trono de sangue.
Vendo sangue vermelho no trono que lhe seria oferecido, Oxalá sentiu-se ofendido e retirou-se contrariado.
Oxum, arrasada com o acontecido, não conseguira entender o que havia acontecido e resolveu consultar o Ifá, através do qual foi revelada à obra da feiticeira.
Exú, mensageiro, relatou o acontecido à Oxalá que retornou ao palácio encontrando Oxum cabisbaixa, constrangida. Ela, quando o viu, se abanou com seu abebe transformando o sangue de suas vestes em penas vermelhas que caíam sobre Oxalá como forma de homenagem. Ele, reconhecendo os esforços da grande mãe das águas, aceitou aquela pena (ekodide) e prostrou-se diante dela em sinal de agradecimento.
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