Como Umbandistas que somos, cremos que o universo é a base para os comportamentos da vida, cremos que tudo o que nele existe busca constantemente harmonia e equilíbrio, precisando o tempo todo se desafiar para atingir a evolução necessária proposta inconscientemente pelas condições que cercam a vida, sendo assim, aprender com o outro é mais do que uma troca de vivências, é a base para a construção de uma nova estrutura que será o impulso para a evolução do ser.
A fé é parte do homem, é sua consciência sobre a vida, sobre tudo e todos os seu redor, se domada ou doutrinada será a morte em vida do ser. Sem a liberdade de crer nos tornamos escravos de verdades que não correspondem a nossa essência e, portanto, nos convertemos um reflexo das vaidades humanas, nos transformamos num ser sem racionalidade, em alguém ausente de propósitos.
Ao compreender que a evolução está na troca de experiências e no aprendizado que tal vivência proporciona ao indivíduo e a sociedade, o convívio entre as muitas verdades deixa seu papel conflituoso e ganha um novo patamar de comunhão no qual finalmente o propósito da Umbanda se apresenta: somos aqueles que se tornam capazes de praticar o amor e a caridade, recebendo à todos sem distinção e abraçando cada saber como parte de uma essência universal pertencente a cada ser e capaz de gerar a força motriz que levará a evolução dos homens.
A Umbanda não deve doutrinar a fé, ao contrário, a Umbanda é a fé em movimento, é o aprendizado constante que mostra através do ser o processo de evolução que conduz o mundo espiritual e material. Ser umbandista é ter a capacidade de ampliar o seu axé, o seu mooyo, de forma que o saber não seja visto como uma ameaça a sua tradição, mas sim, como um propulsor que levará essa fé ao contexto diário de seus adeptos.
Quando houver respeito e humildade para que todos dividam aquilo que são e sabem, não será preciso impor a ordem, pois ela será tão presente quanto ar e tão viva quanto tudo o que ele toca.
Ya Tati d' Iemanjá
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