Assim como uma ave no céu, a Umbanda voa livre de amarras e se torna plural.
Estudiosos umbandistas em algum momento já se fizeram essa pergunta: se são os guias que conduzem tanto aos terreiros como os textos publicados por diversos autores, por que existem tantas Umbandas?
Para quem busca uma casa umbandista, seja como assistência ou parte da corrente mediúnica, enfrenta um grande empasse. Diversos sacerdotes discordam sobre os fundamentos da Umbanda. Mas será que eles estão certos ou errados?
Os guias estão num processo evolutivo, essas entidades tem um conhecimento maior do que os encarnados, mas ainda assim, valores e crenças de suas encarnações fazem parte desse espírito e, portanto, estarão presentes em seu processo de ensino.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas era um padre em sua encarnação anterior, incorporou em um médium católico, portanto as primeiras tendas de Umbanda trouxeram de forma mais presente os elementos dessa religião.
A prática da caridade nos terreiros de Umbanda através da incorporação é parte de uma troca entre o médium e a sua entidade onde os dois evoluem. Não pode haver imposição de nenhum dos dois lados.
O conhecimento do guia está limitado ao seu plano, afinal, eles não são oniscientes. É justamente a falta de um dogma que faz da Umbanda uma religião de diversidade e a possibilita abraçar a tantos irmãos necessitados. Abraçar aos dogmas das religiões amigas, mas que não são a Umbanda é transformar-se e não agregar.
Na espiritualidade não existem verdades absolutas. O universo está em constante movimento. O homem muda em escala celular diariamente? Por que acreditar que a religião parará no tempo? Seria possível a Umbanda evoluir como a ciência, a tecnologia e a própria humanidade?
Não há erros nos ensinamentos trazidos por tantas entidades diferentes, pois foram trazidos no tempo perfeito e dentro das necessidades daqueles médiuns que os ouviram e assimilaram. Não é preciso desmerecer o que já existe para receber algo novo, evoluir é preciso, mas nesse processo não cabem verdades absolutas.
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